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Caso brigadeirão: rés por morte de empresário não comparecem, e audiência é remarcada para maio

Apenas uma testemunha, o delegado responsável pelo caso, foi ouvida na 4ª Vara Criminal. Júlia Andrade Cathermol Pimenta e Suyany Breschak são acusadas de m...

Caso brigadeirão: rés por morte de empresário não comparecem, e audiência é remarcada para maio
Caso brigadeirão: rés por morte de empresário não comparecem, e audiência é remarcada para maio (Foto: Reprodução)

Apenas uma testemunha, o delegado responsável pelo caso, foi ouvida na 4ª Vara Criminal. Júlia Andrade Cathermol Pimenta e Suyany Breschak são acusadas de matar o empresário Luiz Marcelo Ormond, em maio de 2024, com um brigadeirão envenenado. Elas estão presas desde o ano passado. Luiz, Júlia e o prato que, para investigadores, teria o 'brigadeirão' que o envenenou Reprodução Júlia Andrade Cathermol Pimenta e Suyany Breschak, rés pela morte do empresário Luiz Marcelo Ormond, não compareceram à primeira audiência de instrução e julgamento marcada para esta segunda-feira (7), e a sessão foi remarcada para as 10h do dia 9 de maio. Apenas uma testemunha foi ouvida antes de a juíza Lúcia Glioche designar uma nova data. As duas são acusadas de matar o empresário, em maio de 2024, com um brigadeirão envenenado. Júlia era namorada do empresário, e Suyany é apontada como mentora do crime. Elas estão presas desde o ano passado e respondem por homicídio. A juíza Lúcia Glioche, da 4ª Vara Criminal do Rio, enviou um requerimento para à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para saber por que as rés não foram levadas ao Tribunal de Justiça para serem ouvidas na audiência. A Seap tem cinco dias para responder. Além das rés, também estavam previstos os depoimentos de 11 testemunhas de acusação. Apenas o delegado Marcos Buss, responsável pela investigação, foi ouvido. As defesas das duas negam o crime. Advogados chegaram a tentar pedir que o corpo do empresário fosse exumado. O objetivo era provar que Ormond não foi envenenado. Após a audiência, o g1 procurou as defesas de Júlia e Suyany, que discordam quanto aos rumos do julgamento com relação a determinadas provas. Briga entre defesas Durante a audiência, a defesa de Suyany afirmou que quer acesso à íntegra dos dados telemáticos dos telefones das duas rés para poder analisar o conteúdo extraído dos celulares das duas rés. O objetivo, segundo o advogado Cláudio Dalledone, é provar que Júlia agiu sozinha para matar Luis Maurício Ormond: "Ali está revelado toda a verdade, excluindo Suyany do homicídio, do mando do homicídio. Vou enfrentar com acareações. Se elas estão se acusando, dentro do processo elas (Júlia e Suyany) têm que esclarecer", afirmou Dalledone. A defesa de Júlia quer que o processo seja mantido com as provas que já estão nos autos, sob risco de demora para que o caso seja levado a júri. Ela inclusive pediu que Julia e Suyany sejam julgadas em processos separados: "Nós pedimos o desmembramento, para que não haja mais demora nesse processo. Caso não desmembre, não se pode prever quanto tempo elas vão ficar presas aguardando o reinício da instrução criminal. Então, a gente pede que ela aguarde com tornozeleira, com medidas cautelares, domiciliares", afirmou a advogada Flávia Fróes, que representa a defesa de Julia Pimenta. Relembre o caso Polícia indicia 6 no caso da morte de empresário envenenado com brigadeirão no Rio O caso foi revelado em 20 de maio, quando o corpo de Luiz Marcelo Ormond foi encontrado em avançado estágio de decomposição dentro de casa, em um condomínio no Engenho Novo. A suspeita é que ele tenha morrido no 17 de maio, após comer o brigadeirão oferecido por Júlia. A necrópsia encontrou um líquido achocolatado no estômago de Ormond, e uma perícia mais detalhada apontou a presença de morfina e do ansiolítico clonazepam no trato gástrico do homem. A polícia considera que a alta dosagem das drogas matou Ormond em menos de meia hora, a julgar pelas câmeras do elevador do prédio dele. O empresário aparece descendo para a piscina às 17h04 com o prato de brigadeirão na mão e, às 17h47, sobe ao apartamento tossindo muito e desatento. Júlia Pimenta, suspeita de envenenar o namorado com um brigadeirão, é transferida da 25ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro para um presídio, nesta quarta-feira, 05 de junho de 2024. A psicóloga, de 27 anos, estava encapuzada, de cabeça baixa e acompanhada da advogada. Seu namorado, o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, foi encontrado morto no apartamento em que o casal morava, no dia 22 de maio. REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO Júlia foi ouvida na 25ª DP (Engenho Novo) no dia 22 de maio, na condição de envolvida. Nesse depoimento, ela disse ter largado o carro de Ormond na Maré a pedido dele (o que a polícia afirma ser mentira) e ido embora do apartamento no dia 20, após brigar com o namorado. Em hora alguma ela falou que Ormond tinha passado mal. Foi durante o depoimento do dia 22, que Julia sorriu várias vezes ao falar de Ormond. Para o delegado Marcos Buss, ela demonstrou "extrema frieza". Após depor, Júlia foi para a casa do (outro) namorado, Jean Cavalcante de Azevedo, em Campo Grande, na Zona Oeste. À polícia, Jean disse que hospedou a mulher até o dia 27. Nesse dia, segundo alegaram os pais de Júlia, ela voltou para casa, também em Campo Grande, onde os recebeu. Preocupados com o estado da filha — que dizia ter feito “uma besteira”, sem, no entanto, detalhá-la —, Carla e Marino a levaram até Maricá, onde moram. Suyany foi presa antes de Júlia, enquanto a psicóloga continuou foragida por alguns dias - até que se rendeu depois de uma negociação com a polícia.