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Curso de formação da Força Municipal começa com vagas ociosas e falta de transparência sobre cotas

Academia da Força Municipal é inaugurada O treinamento da 1ª turma dos agentes da Força Municipal, divisão armada da Guarda Municipal do Rio, começou nest...

Curso de formação da Força Municipal começa com vagas ociosas e falta de transparência sobre cotas
Curso de formação da Força Municipal começa com vagas ociosas e falta de transparência sobre cotas (Foto: Reprodução)

Academia da Força Municipal é inaugurada O treinamento da 1ª turma dos agentes da Força Municipal, divisão armada da Guarda Municipal do Rio, começou nesta segunda-feira (1º) na sede da Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Vigário Geral, Zona Norte do Rio. A previsão é que eles já estejam nas ruas em janeiro de 2026. Nesta terça (2), houve uma cerimônia de inauguração, que reuniu o prefeito Eduardo Paes (PSD), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o vice-prefeito Eduardo Cavaliere e o diretor-geral da Força Municipal, Brenno Carnevale. Nenhum representante do governo do estado apareceu. Perfilados, os alunos colocaram a boina azul, símbolo da corporação. “Essa iniciativa será exitosa. Nós estamos comprovando a importância e a eficácia das integrações de todos no combate ao crime organizado. Isso que almejamos com a PEC da Segurança — a integração das forças de segurança da união, dos estados e municipais”, disse Lewandowski. “Nós queremos, nesta polícia cidadã, que ela não atire primeiro e pergunte depois. Que ela utilize gradativamente a ‘última razão do Estado’, que é o uso da força física”. Em seu discurso, Paes afirmou que “sempre defendeu uma divisão de elite armada para apoiar o estado na segurança pública”. “Isso consolida um novo capítulo da prefeitura para os anseios da população. É hora de dar uma resposta. É inaceitável a perda de territórios para o crime no estado, principalmente na Região Metropolitana. Com a possibilidade de ampliar na segurança, a prefeitura decidiu avançar de maneira complementar às forças estaduais nas áreas de maior atuação do crime”, declarou. “Nós não trabalhamos de maneira improvisada. A nossa marca é gestão — e foi através dela que a prefeitura contribui com a segurança, mesmo sem a responsabilidade.” “Não podemos permitir que se crie a ilusão de que essa Força Municipal vá resolver absurdos como o domínio do crime organizado em bairros formais da cidade”, emendou. LEIA TAMBÉM: Guarda Armada do Rio inicia seleção com teste físico, e menos da metade dos candidatos é aprovada Elite da Guarda Municipal terá bases no Leblon, na Piedade e em Inhoaíba O prefeito Eduardo Paes e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, na cerimônia de inauguração do treinamento da Força Municipal Reprodução/TV Globo Sobram vagas Apesar da expectativa, nem todas as vagas foram preenchidas. Das 330 oportunidades oferecidas, 48 ficaram ociosas, o que representa 14,5% de ausência, como antecipou O Globo. Ao todo, 282 agentes foram convocados para iniciar a formação. 📌Em junho, sem nenhum veto, Paes sancionou o Projeto de Lei Complementar (PLC) que regulamenta o usado de armas pela Guarda Municipal e cria uma divisão de elite para a instituição. Em agosto, o teste de aptidão física das duas primeiras turmas, com um total de 900 candidatos, foi realizado na Vila Militar, em Deodoro. No entanto, apenas 393 foram considerados aptos — menos da metade dos participantes. Mas 111 foram contraindicados para atuarem na nova força.  A seleção incluiu avaliação da ficha funcional, testes físicos, exames toxicológicos, avaliação psicológica e investigação social. “Nós fizemos um processo seletivo interno. Isso pressupõe que as pessoas vão ser colocadas à prova nos mais variados aspectos. Então é natural que ao longo desse processo as pessoas mais preparadas, que estejam atendendo a esses requisitos, consigam entrar no curso de formação”, explicou Brenno Carnevale. Ainda segundo Brenno, um candidato que não conseguiu entrar nesta 1ª turma pode tentar outras vezes. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Treinamento da Força Municipal do Rio Rafael Nascimento/g1 Sem transparência No edital, publicado em junho, a Prefeitura do Rio não informa o número de vagas reservadas para Pessoas com Deficiência (PcD), negros, indígenas e pessoas com 60 anos ou mais. O g1 entrou em contato com a prefeitura e aguarda retorno. A previsão é que o curso de formação dure 3 meses. As faltas injustificadas podem eliminar os candidatos. Após essa etapa, os aprovados estarão aptos a atuar em patrulhamento ostensivo, com foco na prevenção de crimes como furtos e roubos em áreas públicas. A meta da Prefeitura é formar 660 agentes até o fim de 2025, mas diante do número de vagas não preenchidas, ainda não há garantia de que esse objetivo será alcançado.  Ainda de acordo com o município, o objetivo é ter um efetivo de 4,2 mil agentes até 2028 — sendo 1,2 mil recrutados dentro da atual Guarda Municipal e os demais contratados para vagas temporárias, com duração de até 6 anos. Ao integrar a Guarda Armada, os agentes vão receber R$ 13.033, incluindo gratificações por risco e porte de armas. Treinamento da Força Municipal do Rio Rafael Nascimento/g1 Treinamento da Força Municipal do Rio Reprodução/TV Globo