Passageira é baleada após mototaxista furar bloqueio policial no Engenho de Dentro
A Escritora Joana Darc Lage, de 51 anos. Reprodução Uma passageira de mototáxi foi baleada na noite de quarta-feira (12) quando o condutor passou direto por ...
A Escritora Joana Darc Lage, de 51 anos. Reprodução Uma passageira de mototáxi foi baleada na noite de quarta-feira (12) quando o condutor passou direto por um bloqueio policial no Engenho de Dentro. De acordo com relatos dos policiais, o mototaxista desobedeceu uma ordem de parada dos agentes. A escritora Joana Lage, de 51 anos, contou ao g1 que foi atingida por seis projéteis que ficaram alojados no glúteo e na perna. Ela disse que deu entrada no Hospital Americancor, no Engenho de Dentro, e foi transferida para o Copa D'or, em Copacabana, na manhã da quinta (13). Lá, depois de vários exames, os médicos avaliaram que não era o caso de uma intervenção cirúrgica e ela teve alta. A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, segundo o comando do 3º BPM (Méier), foi aberto um procedimento para apuração dos fatos. A ocorrência foi registrada na 26ª DP e a Corregedoria Interna da corporação acompanha o caso. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça 'Medo de morrer' Na noite da quarta-feira, a escritora e pedagoga, pegou um mototáxi de aplicativo na estação de trem do Engenho de Dentro, como costuma fazer. Ela estava voltando para a sua casa, em Inhaúma, de Queimados, onde realiza um trabalho social com idosos. Logo que saíram da estação, se depararam com um bloqueio policial. "Parece que eles estavam procurando por alguém", relata Joana. "Nesse momento eles (os agentes) pediram para o meu motorista encostar, um deles chegou a tocar no guidão do motorista." Ela conta que o condutor contrariou a ordem dos policiais e acelerou com a moto. "Ele correu muito", disse. Então, ela sentiu sua perna sendo atingida e gritou para que o motorista parasse. "Eu gritei muito, muito", disse ao g1. Ela contou, ainda, que o mototaxista continuou correndo e chegou a bater, lateralmente, em um ônibus. "O meu medo é que os policiais tivessem perseguindo a gente e dessem mais tiros. Eu tive medo de morrer", disse. "Eu gritava, eu chamava pela minha mãe, pelos meus filhos." Ela relatou que o condutor então levou-a para um local elevado, que ela não conhece. Lá finalmente parou a moto e percebeu que Joana tinha sido atingida. "Ele estava tão nervoso quanto eu, estava com a mão machucada," Ela então pediu para ser levada para o Hospital Americancor, onde costuma ser atendida, e voltou para a garupa da moto. A dupla chegou até a metade do caminho e o condutor disse que não conseguiria seguir. Segundo Joana, ele estava nervoso e a moto estava danificada. Mas, ainda segundo a escritora, o mototaxista pediu ajuda a um amigo, que levou a vítima em sua moto, até a emergência hospitalar. Por falta de vagas na UTI, ela foi transferida para o Copa D'or, em Copacabana, onde realizou exames. "Eles identificaram seis projéteis", disse Joana. Ela disse que os médicos optaram por não retirá-los, considerando que uma cirurgia poderia ser mais perigosa do que a presença das balas no corpo. "Eu estou com muita dor. Dor física e dor de alma", desabafou. Abordagem com tiros perto do Chapadão Na última sexta-feira (7), outra abordagem policial terminou em tiros. Andrew Andrade do Amor Divino, de 29 anos, foi morto com tiro de fuzil, próximo ao Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio. Segundo a Polícia Militar, ele também teria desobedecido a uma ordem de parada. Rapaz é morto com tiro de fuzil após não obedecer ordem de parada da PM no Rio